
A estudante Karina Valença, de 20 anos, que nasceu com esta mesma síndrome, também apresenta evolução no processo de socialização. “A plataforma incentivou minha filha a aprender novas palavras”, afirma Amauri Valença, pai da jovem. O software que está mudando a vida de muita gente surgiu a partir de uma conversa entre Wilson Veneziano, professor e coordenador de ciência da computação na UnB, e a pedagoga Maraísa Estevão, que trabalha na área educacional há mais de vinte anos. Quando veio a ideia de desenvolver um programa, ambos concordaram que ele deveria trazer imagens do cotidiano. “Assim tornamos a realidade de deficientes mais próxima do nosso dia a dia”, conta Maraísa. Após acertar detalhes sobre a concepção da plataforma, Veneziano ofereceu o projeto a uma turma do último ano da graduação. Assim, os estudantes Renato Domingues e Tiago Galvão ajudaram a pôr em prática o Participar, cujos vídeos são protagonizados por duas pessoas com síndrome de Down — uma delas é o pintor Tonico. A opção visava a estimular a participação de pessoas com deficiência intelectual. “O resultado mostrou-se tão eficiente que houve até casos de mães que deixaram os filhos em lan houses usando o programa enquanto saíam para trabalhar”, conta Veneziano. Mesmo com o retorno positivo, foi necessário aprimorar alguns pontos no software para torná-lo mais atraente. Entrou em cena, então, o estudante João Paulo de Andrade. Entre as novidades, ele acrescentou exercícios sobre regras de acentuação e pontuação. Essa segunda versão é a que será distribuída para todo o Brasil, notícia que encheu de orgulho quem participou do desenvolvimento do aplicativo. “Fiquei surpreso. Não esperava que o projeto tomasse tal proporção”, confessa Andrade. A plataforma pode ser baixada gratuitamente no site www.projetoparticipar.unb.br. Trata-se de um ótimo exemplo de como uma tecnologia que é fruto da iniciativa de poucos, e com baixo custo, pode ser decisiva para ampliar as oportunidades de um vasto leque social. Algo a acrescentar Enquanto o Participar trabalha a alfabetização de pessoas com deficiência intelectual, outro programa – também criado por alunos da UNB – reforça a integração social deste público. Trata-se da plataforma Somar, que propõe exercícios matemáticos comuns do dia a dia. Aprender a ver as horas em relógio digital, fazer compre em mercados e pagar a passagem do ônibus, sempre de olho no troco gerado pela transação, estão entre as atividades oferecidas pelo software. Criado pelos estudantes Lucas Santiago e Thiago Moreira, o programa será disponibilizado a partir de março deste ano no mesmo endereço virtual do Participar. O projeto também deve ser distribuído pelo Ministério da Educação para as escolas públicas de todo o país. - See more at: http://www.movimentodown.org.br/2014/02/estudantes-da-unb-criam-software-gratuito-para-a-alfabetizacao-de-pessoas-com-deficiencia-intelectual/#sthash.SUcuzB02.dpuf
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